quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Preço das Palavras

Quanto custam as palavras? Serão caras? Haverá palavras em segunda ou terceira mão dispostas a serem vendidas em leilão? E de que modo se comportam as tão bem conhecidas adopções de locuções sendo quanto maior a idade, maior o seu desuso e menor a sua aderência?
Claro está, que nesta tabela de preços existe uma fiel hierarquia que se pressupõe como regra, mas há já tantas que do cimo da pirâmide são vendidas e proferidas ao preço da água...
O que é feito da invenção das palavras? Daquilo que sentimos e inventamos por meio de neopalavras aquilo que ainda não teve lugar? Que só existe enquanto ideia ou sensação e criamos enquanto palavra? Pessoalmente, admito que tenho o vício, um tanto singular, de rotular todas as minhas pequenas grandes invenções e não as vendo - nunca -, só as ofereço a quem as faz por merecer. 
Todavia, com a crise e com o aumento do IVA, depreendo que o preço das palavras  tenha acrescido abusivamente contanto que se tornou difícil, para muitos, recorrer às mesmas.
Há palavras que são apenas demasiado dispendiosas para serem proferidas... ou isso ou eu não dei conta que retrocedemos a um regime ditatorial onde a liberdade de expressão é inexistente, onde as palavras mais sentidas equivalem a penas de morte imediatas.

Não encontro mais nenhuma razão para justificar o porquê de tu não mas dizeres.