Era bom ver o sol sorrir todas as manhãs.
Como era bom ver o sol sorrir-me e eu retribuir.
Como era impensável que eu pudesse chorar por coisas mínimas.
Talvez eu não conhecesse um pouco da vida.
Olho para a Ana de antes. Mais nova, mais alegre, mais viva.
E agora olho para um fantasma sem nome.
Um fantasma que ouve, mas que não é ouvido.
É o fantasma solitário.
Vagueia por aí e a nenhum lugar pertence.
Desconhece-se.
Mas já nem tempo tem para se dar a conhecer a ele mesmo.
O fantasma prefere ouvir os outros em sofrimento constante e apoiá-los.
O fantasma tenta resolver os problemas insolucionáveis que existem por onde deambula.
Mas raros são os que ouvem o fantasma.
E, por isso, o fantasma ouve-se a si e fala consigo.
Desabafa consigo, estima-se, apoia-se, chora-se, abraça-se e esconde-se dele mesmo.
O fantasma é quase como dois fantasmas.
Um que é uma matéria viva e outra que é o seu psicológico.
Têm vivido demais a vida.
Têm-se emocionado demasiado e têm falado pouco.
Não compreendem o por quê de tudo isto.
O fantasma psicológico bate-se, esfola-se, mutila-se por dentro por saber que não conseguiu ver aquilo que todos os que não lhe importavam tanto lhe diziam. Ouviu quem estimava. Talvez por estimar essa pessoa estimaria mais se tivesse ouvido de tudo um pouco. Uma vez que o Fortunato dessa estima toda não estava consciente daquele acto. E agora que é tarde demais está.
Ambos os fantasmas se culpam de não ter percebido isso antes.
Mas também agora é inútil qualquer coisa fazerem.
Certo é que estão a sofrer demasiadas pessoas e por muito que os fantasmas se desculpem, não podem mudar nada.
Os fantasmas estão diferentes segundo parece.
Podem estar porque eles estão abatidos.
E se calhar muitas almas sem cor não queriam ser os fantasmas e nem pensar como eles e nem chorar e nem ouvir e nem ver aquilo que ouvem e vêem.
Os fantasmas incompreendidos vão deixando de falar a este mundo terreno.
Serão os piores oradores, mas continuarão a ser sempre os melhores ouvintes.
Como era bom ver o sol sorrir-me e eu retribuir.
Como era impensável que eu pudesse chorar por coisas mínimas.
Talvez eu não conhecesse um pouco da vida.
Olho para a Ana de antes. Mais nova, mais alegre, mais viva.
E agora olho para um fantasma sem nome.
Um fantasma que ouve, mas que não é ouvido.
É o fantasma solitário.
Vagueia por aí e a nenhum lugar pertence.
Desconhece-se.
Mas já nem tempo tem para se dar a conhecer a ele mesmo.
O fantasma prefere ouvir os outros em sofrimento constante e apoiá-los.
O fantasma tenta resolver os problemas insolucionáveis que existem por onde deambula.
Mas raros são os que ouvem o fantasma.
E, por isso, o fantasma ouve-se a si e fala consigo.
Desabafa consigo, estima-se, apoia-se, chora-se, abraça-se e esconde-se dele mesmo.
O fantasma é quase como dois fantasmas.
Um que é uma matéria viva e outra que é o seu psicológico.
Têm vivido demais a vida.
Têm-se emocionado demasiado e têm falado pouco.
Não compreendem o por quê de tudo isto.
O fantasma psicológico bate-se, esfola-se, mutila-se por dentro por saber que não conseguiu ver aquilo que todos os que não lhe importavam tanto lhe diziam. Ouviu quem estimava. Talvez por estimar essa pessoa estimaria mais se tivesse ouvido de tudo um pouco. Uma vez que o Fortunato dessa estima toda não estava consciente daquele acto. E agora que é tarde demais está.
Ambos os fantasmas se culpam de não ter percebido isso antes.
Mas também agora é inútil qualquer coisa fazerem.
Certo é que estão a sofrer demasiadas pessoas e por muito que os fantasmas se desculpem, não podem mudar nada.
Os fantasmas estão diferentes segundo parece.
Podem estar porque eles estão abatidos.
E se calhar muitas almas sem cor não queriam ser os fantasmas e nem pensar como eles e nem chorar e nem ouvir e nem ver aquilo que ouvem e vêem.
Os fantasmas incompreendidos vão deixando de falar a este mundo terreno.
Serão os piores oradores, mas continuarão a ser sempre os melhores ouvintes.