Já não sei viver a minha vida.
Já não sei jogar na minha vida.
De repente, o meu jogo de tabuleiro começou a ser todo jogado de novo.
Novas posições para os peões, novas para os cavalos, torres, bispos e principalmente para o Rei e para a Rainha.
Esta decisão foi a decisão do poder máximo. Ninguém mais deve regateá-la. É assunto deles.
No início deste 2º jogo, tudo parecia calmo e sereno, a vitória quase que era garantida.
Mas agora... agora que houve peças que já foram jogadas, e peões que já foram perdidos... agora a vitória não está à vista. Os cavalos não sossegam nas suas posições, mas os bispos pedem benevolência. As torres estão ainda um pouca à tona daquela confusão toda, contudo vão sendo as peças mais jogadas e felizmente, até agora, foram sempre bem sucedidas. Se elas pensam também como as outras peças, não importa, importa é que joguem e que vençam !
A torre é uma peça importante. Esta faz parte do castelo do Rei e, desde sempre foi uma técnica de protecção do castelo. As torres deste jogo, são torres vigia que ainda regem grande parte da sua acção com a moral que lhes foi outrora ensinada. Mas não toda !
Elas não falam, mas pensam no silêncio e assistem ao jogo no primeiro balcão. São o elo de ligação entre a Rainha e o Rei.
A Rainha não fala ao Rei nem o Rei à Rainha. Ambos dependem um do outro e dependem das torres também. Todavia, estão tão compenetrados em saírem ambos vitoriosos daquele jogo, um numa posição melhor que o outro, que se esquecem um pouco das torres, que estão lá sempre, aguardando ordens. Nem sempre mal, nem sempre bem... mas estão!
Já não sei jogar na minha vida.
De repente, o meu jogo de tabuleiro começou a ser todo jogado de novo.
Novas posições para os peões, novas para os cavalos, torres, bispos e principalmente para o Rei e para a Rainha.
Esta decisão foi a decisão do poder máximo. Ninguém mais deve regateá-la. É assunto deles.
No início deste 2º jogo, tudo parecia calmo e sereno, a vitória quase que era garantida.
Mas agora... agora que houve peças que já foram jogadas, e peões que já foram perdidos... agora a vitória não está à vista. Os cavalos não sossegam nas suas posições, mas os bispos pedem benevolência. As torres estão ainda um pouca à tona daquela confusão toda, contudo vão sendo as peças mais jogadas e felizmente, até agora, foram sempre bem sucedidas. Se elas pensam também como as outras peças, não importa, importa é que joguem e que vençam !
A torre é uma peça importante. Esta faz parte do castelo do Rei e, desde sempre foi uma técnica de protecção do castelo. As torres deste jogo, são torres vigia que ainda regem grande parte da sua acção com a moral que lhes foi outrora ensinada. Mas não toda !
Elas não falam, mas pensam no silêncio e assistem ao jogo no primeiro balcão. São o elo de ligação entre a Rainha e o Rei.
A Rainha não fala ao Rei nem o Rei à Rainha. Ambos dependem um do outro e dependem das torres também. Todavia, estão tão compenetrados em saírem ambos vitoriosos daquele jogo, um numa posição melhor que o outro, que se esquecem um pouco das torres, que estão lá sempre, aguardando ordens. Nem sempre mal, nem sempre bem... mas estão!
Os bispos vão ficando velhos e querem apenas paz entre Rei e da Rainha e do adversário incógnito que também joga.
Estes bispos são quem muitas das vezes os acolhe e, como têm a vantagem de ter mais idade, ensinam-lhes as técnicas mais adequadas para prosseguir o jogo de cabeça erguida. Existem quatro bispos neste jogo. Dois mais próximos da Rainha, dois mais próximos do Rei. Os bispos apesar de todo o desequilíbrio em que agora o jogo se encontra, falam-se.
Falam com todas as peças, menos com os cavalos.
Os cavalos exuberantes, tentam exibir uma superioridade em relação ao Rei e à Rainha que não têm. Fingem-se parceiros de ambos encurralando-os aos dois, cada um a seu tempo.
Os cavalos agora não falam com a Rainha, pois esta cansou-se de sorrisos falsos e pretende ser verdadeira.
Ela é uma Rainha belíssima, sorridente, simpática para todos os seus súbditos. No entanto, desde há umas jogadas para cá, que tem agido de uma forma fora do habitual. Tem-se mostrado fria, antipática. A luz que irradiava aquela peça branca que sobressaía mais que todas as outras peças do jogo, apagou-se. Ficou uma peça cinzenta, abatida que já não tem vontade de continuar este segundo jogo. Não desabafa com as torres, fala-lhes do essencial e quando precisa de contactar o rei, põe-nas em jogo. As torres sentem a falta da outra Rainha. Todos sentem e reclamam deste novo estado, mas até à data, ainda ninguém jogou de forma a mudar esta situação.
O Rei culpa a Rainha daquela jogada em falso que os fez retomar o jogo do início. Não é antipático como era, ou pelo menos com todas as peças. Parece diferente ou faz-se de diferente, pois no fundo as torres sabem que nada nele mudou.
Continua o mesmo. Dedicado ao jogo como sempre foi. Engenhando truques, jogadas para vencer. O Rei sempre desperdiçou pouco tempo para a rainha e muito menos para a protecção do castelo.
As torres só se lembram que quando tentavam invadir o palácio, apesar de não conseguirem, era provável que acontecesse pois precisavam de ser reconstruídas. Contudo, a culpa era sempre delas, quando o Rei dispunha de um bom material para reconstrução.
Ele não fala a dois bispos nem a alguns peões, mas é a única peça que fala aos cavalos raivosos. E fala porquê ? Porque tal como eles julgam que o enganam, ele julga também que os engana a eles. Jogam portanto neste mundo de aparências, onde o parecer toma o lugar do ser.
Os peões são as peças do jogo que nem são cá nem perdidas nem achadas. Até são, ou eram.. pelo menos antes, quando nem o Rei estava chateado com a Rainha, nem a Rainha com o Rei. Agora... vem-se obrigados ou a jogar de acordo com as ordens dos seus superiores, ou apenas deixam-se perder.
Os peões já não sabem que mais fazer... Não sabem se hão-de jogar se não.
Querem que tudo acabe, como todas as peças querem, mas a única coisa que até agora foi constante foram os ponteiros do relógio, que com a sua musicalidade à base de tic tac’s, acompanham fielmente o jogo...
Estes bispos são quem muitas das vezes os acolhe e, como têm a vantagem de ter mais idade, ensinam-lhes as técnicas mais adequadas para prosseguir o jogo de cabeça erguida. Existem quatro bispos neste jogo. Dois mais próximos da Rainha, dois mais próximos do Rei. Os bispos apesar de todo o desequilíbrio em que agora o jogo se encontra, falam-se.
Falam com todas as peças, menos com os cavalos.
Os cavalos exuberantes, tentam exibir uma superioridade em relação ao Rei e à Rainha que não têm. Fingem-se parceiros de ambos encurralando-os aos dois, cada um a seu tempo.
Os cavalos agora não falam com a Rainha, pois esta cansou-se de sorrisos falsos e pretende ser verdadeira.
Ela é uma Rainha belíssima, sorridente, simpática para todos os seus súbditos. No entanto, desde há umas jogadas para cá, que tem agido de uma forma fora do habitual. Tem-se mostrado fria, antipática. A luz que irradiava aquela peça branca que sobressaía mais que todas as outras peças do jogo, apagou-se. Ficou uma peça cinzenta, abatida que já não tem vontade de continuar este segundo jogo. Não desabafa com as torres, fala-lhes do essencial e quando precisa de contactar o rei, põe-nas em jogo. As torres sentem a falta da outra Rainha. Todos sentem e reclamam deste novo estado, mas até à data, ainda ninguém jogou de forma a mudar esta situação.
O Rei culpa a Rainha daquela jogada em falso que os fez retomar o jogo do início. Não é antipático como era, ou pelo menos com todas as peças. Parece diferente ou faz-se de diferente, pois no fundo as torres sabem que nada nele mudou.
Continua o mesmo. Dedicado ao jogo como sempre foi. Engenhando truques, jogadas para vencer. O Rei sempre desperdiçou pouco tempo para a rainha e muito menos para a protecção do castelo.
As torres só se lembram que quando tentavam invadir o palácio, apesar de não conseguirem, era provável que acontecesse pois precisavam de ser reconstruídas. Contudo, a culpa era sempre delas, quando o Rei dispunha de um bom material para reconstrução.
Ele não fala a dois bispos nem a alguns peões, mas é a única peça que fala aos cavalos raivosos. E fala porquê ? Porque tal como eles julgam que o enganam, ele julga também que os engana a eles. Jogam portanto neste mundo de aparências, onde o parecer toma o lugar do ser.
Os peões são as peças do jogo que nem são cá nem perdidas nem achadas. Até são, ou eram.. pelo menos antes, quando nem o Rei estava chateado com a Rainha, nem a Rainha com o Rei. Agora... vem-se obrigados ou a jogar de acordo com as ordens dos seus superiores, ou apenas deixam-se perder.
Os peões já não sabem que mais fazer... Não sabem se hão-de jogar se não.
Querem que tudo acabe, como todas as peças querem, mas a única coisa que até agora foi constante foram os ponteiros do relógio, que com a sua musicalidade à base de tic tac’s, acompanham fielmente o jogo...