É mea culpa se não arrancar o coração. Se o não despedaçar com os molares, se não o comer parte da massa que me controla as emoções.
E que cada gota valha a tristeza.
Que cada uma substitua cada lágrima vertida, que todas sejam uma para que se torne paradigma.
E morderei quem me oferecer mais sentimentos, puros ou veemente maculados, suando impurezas, pois os não aceitarei mais.
A credibilidade mudou-se-me de rumo e sou só eu comigo nesta presente jornada.
Tornar-me-ei pedra a todo o custo.
E os sentimentos hão-de pagar-me por me terem feito tão mole durante tanto tempo, por me terem diluído por entre tantos enganos e cegado de amores.
Hoje vejo a todo o custo e procuro ter os olhos bem abertos enquanto aperfeiçoo o meu treino contra mentiras e reforço as minhas armas para me não matarem o que de mim pouco resta.
Se não houvesse tanta maldade talvez a minha essência não estivesse destruída quase na sua totalidade. E, por isso, é hora de lavar as mãos e matar os demais. É hora de fazer jorrar o sangue que pouco me correu enquanto só via imagens de um passado querido e de sonhos utopicamente desejados.
Por entre tanta revolta e tanta angústia ainda habita escondida uma menina pequena, cega, triste, fraca, chorosa, penosa, arrependida, cansada, dormente, adormecida em sonhos vãos, que canta alto o que lhe vai dentro e que, escusado será dizer, ninguém ainda permanece para se dar ao árduo trabalho e empreendedor de a escutar.