Vou escrever. Se tenho uma diferente temática? Sim, tenho. Novos temas sobre os quais me debruço, mas não hoje. Hoje fui toda eu pintada de um denso cinzento, indiferente. Cinzento como o tempo que hoje se pôs, como o vento atroz que soprou, como a chuva impiedosa que do seu céu se desfez e caiu sem pensar.
Hoje também eu não queria pensar e ser de um cinza sem sentir coisa alguma. E ser o que não é. Estar presente não estando, gritar sem qualquer som emitir, fechar a minha conchinha e só dentro dela e a ela me confessar.
Já não lhe dou as minhas palavras pois o preço das mesmas acresci tendo em conta o vocabulário burlesco – e desprovido daquilo que o faz não ser oco –, que por todo o lado vagueia. Não, as minhas palavras são diferentes. São robustas e bonitas, cheias e fortes, significam.
As minhas palavras significam. Mas ao serem palavras, é-lhes atribuída a mesma conotação que as outras e, como vence o maior número de cabeças, as minhas morrem afogadas sem ninguém dar conta, sem nada nem ninguém que as salve.
Não posso comunicar por palavras, mas outro método não desejo para me exprimir. Hoje encho-me de palavras minhas que são tanto, mas que no meio da multidão um Nada são. Escrevo e parece que nada digo.
Ainda bem que só me confesso a mim mesma. Hoje, conchinha cinzenta, só tu me ouves e compreendes, só tu me proteges, só tu sabes o quanto te engordam as minhas palavras.
Hoje, conchinha, apesar de estar toda eu pintada a cinzento, sabes bem a quantidade de infinitas cores que detenho. Só tu sabes, conchinha. Só tu.
Hoje também eu não queria pensar e ser de um cinza sem sentir coisa alguma. E ser o que não é. Estar presente não estando, gritar sem qualquer som emitir, fechar a minha conchinha e só dentro dela e a ela me confessar.
Já não lhe dou as minhas palavras pois o preço das mesmas acresci tendo em conta o vocabulário burlesco – e desprovido daquilo que o faz não ser oco –, que por todo o lado vagueia. Não, as minhas palavras são diferentes. São robustas e bonitas, cheias e fortes, significam.
As minhas palavras significam. Mas ao serem palavras, é-lhes atribuída a mesma conotação que as outras e, como vence o maior número de cabeças, as minhas morrem afogadas sem ninguém dar conta, sem nada nem ninguém que as salve.
Não posso comunicar por palavras, mas outro método não desejo para me exprimir. Hoje encho-me de palavras minhas que são tanto, mas que no meio da multidão um Nada são. Escrevo e parece que nada digo.
Ainda bem que só me confesso a mim mesma. Hoje, conchinha cinzenta, só tu me ouves e compreendes, só tu me proteges, só tu sabes o quanto te engordam as minhas palavras.
Hoje, conchinha, apesar de estar toda eu pintada a cinzento, sabes bem a quantidade de infinitas cores que detenho. Só tu sabes, conchinha. Só tu.