Queria olhar para o céu e acreditar que aquela estrela bem distante e brilhante olhava por mim. Perdi-me no seu encanto e iludi-me.
Mais uma vez não me sinto. Não me sinto, porque não me sinto completa, com quem me completa.
A luz dessa estrela que em mim reflectia o seu brilho, apagou-se. E a minha noite cerrada ficou ainda mais escura. Não vejo qualquer tipo de brilho… nem sequer uma pequena nesga de luz. Não distingo nada, choco constantemente, procuro a lucidez com os olhos cegos pela escuridão.
Não sei de nada, nem sequer o que procuro.
Sinto.
Sinto falta.
Sinto a falta de Alguém, de dias, de tempos, de palavras, de sentir Alguém.
Mas não me sinto.
E é esta a realidade tenebrosa que a minha mente me dá a conhecer, um mundo às escuras, em que a esperança se algum dia aqui morou, fez as malas e partiu para…
Não sei para onde… Nem sei se alguma vez ela realmente cá esteve comigo, ou se não passou tudo de uma mera ilusão.
Quero deixar a lágrima maldita pisar-me o rosto. Senti-la com toda a minha dor interior que ela consigo carrega e leva até isso tudo e ela se desfazerem.
Os meus olhos castanhos ganham uma cor esverdeada. E não é esperança que tenho no olhar, mas antes um cansaço... um estar farto de lutar, de chorar, de resistir, de superar.
Então, rendo-me à minha música nostálgica e melancólica que me faz dispersar deste mundo e me abriga no seu. Onde posso sentir-me compreendida e sentida, onde me liberto e liberto todo o rancor e mágoa que vêm de dentro.
E ela, quase que com uma força sobrenatural, vai-me limpando as lágrimas enquanto escrevo e não escrevo até o choro cessar.
Sinto um vazio esquerdino no peito.
Tenho um vazio esquerdino no peito.
Queria antes não sentir para não sofrer.
P.S.:
Sabes o que eu queria?
Queria poder encostar a minha cabeça sobre o teu ombro e, feliz, poder descansar por saber que amanhã tudo continuaria como no Primeiro Dia.