segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Compensação

Compensação.
Hoje tive a sensação de que nunca passei de uma compensação. De algo que podia ter sido e não foi. De algo que o destino não desenhou. Do indesejável que se não desejou.
Hoje sei que não passo de uma compensação. De algo que pretende ser, mas não é. De algo que mesmo sendo, nunca foi. Hoje sei que não sou quem sou para ti.
O antagonismo das coisas mais certas. As verdades que nem eu ouso saber. 
Hoje sei que para ti nunca fui, nunca cheguei, nunca consegui.
E desde um orgulho forçado, centrado em ti mesmo, aos dizeres icónicos sem sentir.
Nada disso importa se não sentires.
Para que servem as palavras se não as vestes?
Hoje percebi que as semelhanças de algumas palavras representam as nossas maiores distâncias. Os teus maiores amores. As que árvores que realmente dão fruto.
Hoje sei também que a minha compensação existe por meio das palavras em que me refugio. Para tentar ser mais em mim. Para tentar fugir de ti. Para fingir que me acerto sem saber com que linhas me coso.
Hoje sei que a nossa compensação tem prazo de validade há muito tempo e por mais volta e voltas que demos estamos já fora de prazo.

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